sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Honey I rose up from the dead, I do it all the time

 "Adam Valiokos trai o marido e agente Ludwig Shakarov com amiga."
"Famoso cantor pop, conhecido por ser casado com o agente, é visto com amiga aos beijos"
"Adam Valiokos e Elinor Roberts flagrados no motel."
"Ludwig Shakarov, agente e marido de Adam Valiokos, é traído por ele e por amiga-da-onça."


O moreno de olhos azuis olhava com um sorriso mórbido para a tela do computador, a qual apresentava milhares de abas abertas com manchetes de tablóides sensacionalistas de toda o país. Em todas ele estava presente.
Sorria, um sorriso amargo e vitorioso. Havia acabado com as carreiras de Adam e de Elinor por vingança, e ainda saíria como a vítima da história. O pobre agente e marido, apaixonado e ignorante de como Adam Valiokos e Elinor Roberts faziam dele um corno.
Ninguém saberia como aquelas fotos e vídeos haviam ido parar nas mãos de todos os jornais. Ninguém saberia como ele havia alertado todos os papparazzi do encontro dos dois na noite anterior e dado acesso para que tivessem os melhores ângulos.
Elinor, que era sua amiga desde a infância acabara com sua vida ao seduzir seu marido por pura inveja. Adam, que havia crescido como profissional por meio de seus esforços e casara consigo por interesse. Tanto trabalho para que Ludwig os derrubasse como quem sopra um castelo de cartas.
Já havia soltado uma nota na imprensa avisando que, por conta da traição, a empresa da qual era presidente e acionista majoritário, estava encerrando o contrato da atriz queridinha de todos e do cantor de sucesso. Que ambos não poderiam ser confiados, uma vez que traíam o melhor amigo e marido.
Além, é claro, de ter feito algumas ligações, por baixo dos panos, impedindo que os dois encontrassem agências de qualidade no país. Ludwig tinha poder e sabia muito bem como utiliza-lo.
Ele havia sido moldado assim pelos dois. Havia se tornado esperto e resiliente com o tempo e com as sacanagens que os dois haviam aprontado consigo na sua frente. Cansara das traições de Adam e da falsidade de Elinor.
Agora ele seria a estrela dos pesadelos dos dois.
Principalmente porque Adam estava proibido de entrar na mansão e todas as suas coisas, prêmios, livros, roupas, sapatos e cd's, até o computador, haviam sido colocados em sacos de lixo na rua. A essa altura já teriam levado tudo do loiro.
E Elinor estava sendo massacrada em todos os programas de televisão com os áudios em que chamava Lui de "perdedor", "corno", "imbecil" e demais variações. Sem contar os áudios de sexo por telefone com o amante. O agente se diveria demais vendo como o país inteiro ficava contra alguém que, até agora, era adorada.
Já havia recebido ligações. A gravadora queria rescindir o contrato de seu marido (logo ex) e os produtores da série que Elinor estava protagonizando queriam desliga-la.
O celular de Ludwig tocou, com a foto de Elinor. Ah, a vadia queria dizer algo? Foi com um sorriso enorme que atendeu a ligação. Não, sem antes, colocar para gravar.
"O que pensa que está fazendo, seu viado de merda? Porque não tem capacidade de segurar seu homem, você pensa que pode destruir minha carreira, seu lixo? Você não é nada sem mim, Ludwig! Sem a minha imagem a sua agência vai acabar!" A ruiva gritava do outro lado da linha e o empresário precisou afastar o aparelho do ouvido. Não precisava de surdez por conta da vagabunda.
"Elinor, sejamos realistas. É exatamente o contrário. Você não é ninguém sem a minha agência, e, agora, sem agência nenhuma." sorria mórbido, brincando com uma mecha do cabelo longo. "E eu não sei como tudo isso vazou, mas tenha certeza de que eu estou tão surpreso quanto você. E chocado."
"Foi você! Eu sei que foi você, Ludwig!" A voz de Elinor já estava rouca. Talvez ela houvesse tido uma crise de diva antes de decidir ligar para ele. Quem sabe. "Só você sabia que estava sendo chifrado por mim e por Adam! Você se expôs a tudo isso? É um idiota, mesmo. Seu pai teria vergonha de ter um filho que, além de viado, expõe o nome da empresa!"
Mordeu o lábio, respirando fundo. Sim, ela estava certa, mas isso não dava o direito da mulher falar aquilo.
"Não temos nada mais o que falar, Elinor. Você traiu minha amizade e confiança. Se quiser ficar com Adam, fique à vontade para recebê-lo de vez em sua casa. E espere a notificação dos meus advogados contra você por injúria." fechou os olhos azuis "Seu contrato está rescindido. Já tem em conta tudo que estava devido a você. Nunca mais apareça na minha frente."
"Ludwig..."
"Eu tenho que desligar agora, não temos mais o que falar."
E o fez, sentindo-se drenado por baixo de toda a satisfação de ver a atriz caíndo em cima de toda a merda que o havia feito passar. Mas ainda tinha que encontrar Adam, e, por seus cálculos, ele estaria chegando a qualquer momento.
Ainda teve tempo de um chá e de verificar mais e mais notícias que saíam. Todas elas colocando-o como a vítima inocente das armações do cantor e da atriz. Mal sabiam eles que fora o próprio Ludwig que expora, numa situação digna de Hephaestos expondo os amantes Aphrodite e Ares.
Diferente de Hephaestos, o moreno não aceitaria Adam de novo, mais uma vez.
"Ludwig!" ouviu a porta ser aberta e o loiro passar pela mesma, acompanhado dos seguranças da empresa. Fez um sinal para que saíssem e esperassem na porta, indicando para o loiro que se sentasse, o que foi ignorado.
"Gostaria de chá, Adam? Esse tchai indiano novo que eu comprei é maravilhoso..."
"Corte a porcaria! Você vai desfazer tudo o que fez!"
"O que eu fiz ou o que você me fez fazer, meu amor?" sorriu cínico, vendo o loiro engolir em seco.
Adam sabia que seu marido, um dia, cometeria uma loucura. Só não pensava que seria uma dessas. Uma loucura que acabaria com sua carreira de forma definitiva.
"Assim como Elinor, seu contrato está rescindido, Adam. Tudo que a empresa devia a você será pago. E o divórcio chegará por meio dos meus advogados. É bom que tenhamos nos casado em separação total de bens, certo?"
O loiro ficava cada vez mais pálido e Lui temeu que ele acabasse tendo uma síncope ali mesmo. Não queria ser viúvo de um imbecil.
"Parece que você se aproveitou do meu amor e da minha confiança, Adam, mas eu aconselho a checar duas vezes a sua próxima vítima. Com sorte ela não será tão esperta e precavida quanto eu. Agora, vamos cortar todo o drama." Levantou-se, caminhando até a janela e respirando fundo, escondendo a dor no fundo do coração.
"É melhor você entender que eu sou só um agente do Karma nessa situação, amor. Eu vou receber o meu, você receberá o seu e Elinor o dela, ninguém vai escapar. Se quer um conselho, suma da mídia, antes que seja pior. Não vai mais encontrar nenhum tipo de contrato, sinto muito." sorria para o loiro.
"Você não pode fazer isso comigo, Ludwig! Eu sou o seu marido!"
"Não mais. Agora saia da minha sala, da minha empresa e da minha vida. Suas coisas foram deixadas na rua de casa, se tiver sorte ainda encontrará algo." riu baixo com o loiro o amaldiçoando e ofendendo. "Eu te amei, Adam. Abri minha vida e você me trancou para fora. Faça bom proveito do Karma."
Foi deixado sozinho na sala. Uma única lágrima solitária escorreu por seu rosto, sendo limpa imediatamente.
Elinor e Adam haviam recebido o que mereciam, Ludwig esfregaria na cara deles o que eles o haviam feito fazer.

"Desculpe, o antigo Lui não pode conversar agora. Por quê? Ah, porque ele está morto."