segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Desafio 4 - Ciúmes - Breatheless

Ludwig olhou para o celular tocando em cima do criado-mudo. O nome no visor trazia-lhe péssimas recordações, péssimas memórias.
E tudo estava se repetindo.
"Lui, o que foi? O que tá aconte---" Adam parou na porta do banheiro, uma toalha em seu quadril, a outra secando os cabelos loiros e curtos. Os olhos verdes se arregalaram quando o namorado virou-se para si com um sorriso amargo no rosto pálido e bonito, de lindos olhos azuis. A franja negra caía-lhe na face, dando-lhe um aspecto selvagem.
"Elinor. Ela está ligando para você. É melhor atender a vadia. Pode ser que ela esteja te chamando para transar de novo, amor." a voz era carregada de sarcasmo. Elinor e Adam haviam o traído, meses antes. Adam viera implorando perdão e Ludwig o concedera. Era melhor tê-lo para si com os erros do que perdê-lo para aquela que sempre se dissera sua melhor amiga, mas não perdera uma oportunidade de enfiar-lhe chifres.
"Lui, não é o que você tá pensando..." o loiro ainda tentou, se aproximando da cama onde o namorado estava, mas o celular atingira-lhe o peito, caindo aos seus pés. Adam sabia que o que estava fazendo era errado, que ele não deveria enganar o namorado, jurando que terminara seu caso com a garota, mas não conseguira. Era fraco e canalha. Elinor o seduzia e jogava consigo, fazendo com que se rendesse a ela.
E seu Lui notara isso. Notara que ele não estava ali sempre, que passava tempo demais fora de casa, que sorria para mensagens e fugia dos toques do rapaz de cabelos negros.
"É com ela que você está me enganando, seu filho da puta?" a voz do rapaz mais novo erguera-se umas duas oitavas, e logo ele estava na frente de Adam, segurando seu rosto, os olhos injetados, o rosto contorcido em uma máscara de fúria e tristeza.
Doía. E Ludwig começava a se arrepender de ter dado uma chance para o loiro inglês. Arrependia-se daquela maldita relação onde ele era sempre traído.
"Ludwig! Não é nada disso! Eu não estou te traindo! Eu não faria isso com você de novo." Queria soar convincente, mas não conseguia. E a falta de coragem para encarar o moreno falava isso. Sentiu suas costas baterem contra o colchão e logo o mais novo estava em cima de si, beijando-lhe com fúria. As unhas arranhavam seus braços, subindo para o rosto, para os cabelos, puxando. Os dentes mordiam-lhe os lábios, arrancando sangue. "ARGH! Lui, o que..."
"Cala a boca! Você é meu! Eu tenho a porra de uma tatuagem com o seu nome! Eu casei com você, seu merda! Você é meu, não é dela! Foi para mim que você voltou! Por que continua procurando Elinor?" gritou, levantando-se e indo até a cômoda, jogando tudo que havia nela no chão. O banco em frente ao móvel foi parar na parede do lado oposto ao cômodo. E logo os criados estariam ali.
"Eu não sou seu! E é por isso que eu procuro a Elinor! Ela não me sufoca como você faz! Seu maluco!" Adam ergueu-se, temendo por um momento, quando os olhos azuis de Ludwig encontraram-se com os seus.
Um piscar de olhos depois e suas roupas voavam pela janela e Ludwig gritava consigo. Culpava-o por ter deixado-o daquela forma, quebrado e doente. Gritava que Adam só tinha sucesso hoje porque fora ele, Ludwig, quem o guiara.
E Adam gritava de volta, dizendo que ele poderia muito bem seguir sem o moreno. Que ele era capaz de ser famoso sem o grande Ludwig. Sem o grande agente prodígio.
Gritaram até não mais quererem, seguraram-se e choraram. Machucavam um ao outro para simplesmente terem o que e quem culparem depois.
Ludwig jogou Adam contra a parede, envolvendo os braços contra o pescoço do maior, aproximando os corpos, correndo os lábios por seu rosto, os olhos fechados e as lágrimas escorrendo por suas bochechas. A voz saiu quebrantada, enquanto ele sentia as mãos do marido em seu quadril.
"Esquece a Elinor... eu sou tudo que você precisa, Adam. Eu sou seu... e você é meu... só meu. Eu vou fazer você só meu." murmurou, afastando-se só um pouco para descer os lábios até o pescoço e tórax, deixando pequenas marcas na pele bronzeada do outro.
E Adam suspirou, olhando para o teto, deixando-se levar pelo moreno de olhos azuis. Adam sentia-se preso quando estava com Lui. Os ciúmes que o rapaz tinha eram fundados e por isso tornaram-se doentios. Adam sabia que um dia o mais novo cometeria uma loucura, e que ele mesmo dava-lhe motivos para isso. Só que até lá, ele viveria naquela doce loucura.
Porque os ciúmes de Lui eram doentios e o próprio Lui era controlador. E por isso mesmo ele o amava.
Se Adam tivesse que escolher... ele escolheria Lui de novo, o pesadelo vestido de sonho.
Seu doce problema.

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